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Os controles internos podem aumentar a lucratividade das empresas? Casos reais e lições aprendidas - Parte 2

  • Foto do escritor: Sabrina Callegaro
    Sabrina Callegaro
  • 12 de mar.
  • 4 min de leitura

A lucratividade de uma empresa é influenciada por inúmeros fatores (mercado, economia, concorrência, estratégias de marketing, entre outros). No entanto, podemos encontrar exemplos reais de empresas onde a melhora ou implementação de controles internos foi essencial para:

  • Prevenir perdas significativas que impactariam a lucratividade.

  • Aumentar a eficiência operacional, abrindo caminho para maior lucratividade.

  • Restaurar a confiança do mercado e investidores, permitindo a recuperação financeira e crescimento lucrativo.

Vamos olhar para exemplos de empresas onde problemas (ou soluções) relacionados a controles internos tiveram um impacto significativo em seus resultados financeiros e reputação. 

1. Prevenção de Fraudes e Perdas Financeiras (Impacto na Lucratividade ao Evitar o Negativo):

  • Wells Fargo: Embora não seja um caso de aumento de lucratividade, o escândalo da Wells Fargo em 2016 (contas falsas criadas por funcionários sob pressão) é um exemplo da falta de controles internos adequados e suas consequências. A pressão por metas irreais, a falta de supervisão e a cultura inadequada permitiram a fraude massiva. Como resultado, multas bilionárias, perda de reputação, queda no valor das ações e um impacto negativo na lucratividade e confiança dos clientes por anos. Este caso demonstra como controles internos deficientes destroem a lucratividade. A empresa teve que investir pesadamente para reconstruir seus controles internos e tentar restaurar a confiança, um processo longo e custoso.

    • Lição: Controles internos eficazes previnem fraudes, que podem levar a perdas financeiras enormes e danos irreparáveis à reputação e, consequentemente, à lucratividade.

  • Satyam Computer Services (Índia): Em 2009, a empresa indiana de serviços de TI Satyam Computer Services enfrentou um escândalo contábil maciço. O presidente da empresa confessou ter falsificado balanços por anos, inflacionando lucros e ativos. A fraude foi possível devido a controles internos falhos e à falta de supervisão independente. Quando a verdade veio à tona, as ações da empresa despencaram, investidores perderam bilhões, e a empresa quase faliu. Embora a empresa tenha sido posteriormente resgatada e adquirida, o caso Satyam é um lembrete de como a falha nos controles internos pode destruir o valor de uma empresa e sua lucratividade.

    • Lição: Controles internos aumentam a confiabilidade das informações financeiras, que é essencial para a tomada de decisões e para manter a confiança de investidores e stakeholders, o que, por sua vez, sustenta a lucratividade a longo prazo.

2. Aumento da Eficiência Operacional (Impacto na Lucratividade ao Otimizar Processos):

  • Toyota (Sistema de Produção Toyota - TPS): Embora o TPS seja um sistema de gestão mais amplo, ele é fundamentado em princípios de controle interno operacional. O TPS foca em eliminar desperdícios, melhorar continuamente os processos, garantir a qualidade e otimizar o fluxo de produção. Ao longo dos anos, o TPS permitiu à Toyota alcançar altíssima eficiência operacional, reduzir custos, melhorar a qualidade dos seus produtos e, consequentemente, atingir alta lucratividade e se tornar uma das maiores montadoras do mundo. Os controles internos no TPS (como o sistema "andon" para alertar sobre problemas na linha de produção, a filosofia "kaizen" de melhoria contínua, o sistema "just-in-time" para gestão de estoque) são exemplos de como controles operacionais bem desenhados e implementados impulsionam a eficiência e a lucratividade.

    • Lição: Controles internos focados na eficiência operacional reduzem custos, otimizam processos e aumentam a produtividade, o que se traduz diretamente em maior lucratividade operacional.

  • Amazon (Gestão de Estoque e Logística): A Amazon é famosa por sua eficiência logística e gestão de estoque. Essa eficiência é construída sobre controles internos rigorosos em toda a cadeia de suprimentos. Desde a previsão de demanda, passando pelo gerenciamento de armazéns, até a entrega final ao cliente, a Amazon utiliza tecnologia e processos bem controlados para minimizar custos, garantir entregas rápidas e precisas, e otimizar o uso de seus recursos. Essa eficiência operacional é um fator chave para a lucratividade da Amazon no mercado de varejo online.

    • Lição: Controles internos que otimizam processos logísticos e de gestão de estoque reduzem custos operacionais, melhoram a satisfação do cliente e impulsionam a lucratividade em setores de alta complexidade operacional.

3. Melhoria da Tomada de Decisões (Impacto na Lucratividade ao Permitir Estratégias Assertivas):

  • Empresas que Implementam ERPs (Sistemas de Gestão Empresarial): A implementação de um ERP robusto é, em essência, uma forma de fortalecer os controles internos de informação em toda a empresa. Um ERP integra dados de diferentes áreas (finanças, vendas, produção, estoque, RH, etc.) em um sistema centralizado, melhorando a qualidade, a disponibilidade e a confiabilidade das informações. Com informações mais precisas e em tempo real, os gestores podem tomar decisões mais informadas e estratégicas sobre preços, produtos, mercados, investimentos, etc. Embora não haja uma empresa específica "ERP aumentou minha lucratividade", a adoção generalizada de ERPs por empresas de todos os portes e setores demonstra o reconhecimento do valor de controles internos de informação aprimorados para a tomada de decisões e, consequentemente, para a melhoria do desempenho e da lucratividade.

    • Lição: Controles internos que garantem a qualidade e a acessibilidade da informação capacitam a gestão a tomar decisões mais assertivas, o que leva a estratégias mais eficazes e, em última análise, a maior lucratividade e crescimento sustentável.

4. Restauração da Confiança e Valor da Empresa (Impacto na Lucratividade a Longo Prazo):

  • Casos de Empresas que se Recuperaram Após Escândalos: Após grandes escândalos (como os da Wells Fargo e Satyam), empresas que sobrevivem precisam reconstruir seus controles internos e sua cultura para restaurar a confiança de investidores, clientes e do público em geral. Empresas que demonstram compromisso genuíno com a ética, a transparência e o fortalecimento dos controles podem, ao longo do tempo, recuperar sua reputação e restaurar o valor da empresa, pavimentando o caminho para um crescimento lucrativo sustentável. Embora a recuperação seja um processo árduo e demorado, a implementação de controles internos é fundamental para sinalizar ao mercado que a empresa aprendeu com seus erros e está comprometida com a integridade e a boa gestão.

    • Lição: Controles internos são essenciais para manter a confiança de stakeholders. Em casos de crise, a reconstrução e o fortalecimento dos controles internos auxiliam na recuperação da reputação, do valor da empresa e para a retomada do crescimento lucrativo a longo prazo.

 

 

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